White-lipped peccaries (Tayassu pecari) are important seed predators and dispersers throughout the Neotropics. Because they occur in groups as large as 300 individuals, they need large areas to persist. We investigated home-range size and overlap of 13 groups using radiotelemetry data from 3 years of monitoring in the Emas National Park and surrounding farmland in central Brazil. Average home-range sizes were 1,710.64 ha for 50% of the locations and 8,659.99 ha for 95% based on minimum convex polygons and 790.38 ha for 50% of the locations and 7,986.92 ha for 95% based on the fixed kernel estimator. Home-range size did not correlate with group size, the monitoring period, or the number of locations obtained. Home ranges were larger during the wet season than the dry season. Average home-range overlap among groups was 31%; there were no significant differences in overlap between seasons. Home ranges varied seasonally, most likely in response to the dynamic landscape of crop plantations surrounding the park. Although the peccaries fared well in the heterogeneous agricultural landscape surrounding the park, conflict with farmers due to crop damage and landscape changes due to expansion of sugarcane plantations need to be addressed by conservation strategies.

Queixadas (Tayassu pecari) são importantes predadores e dispersores de sementes ao longo da região Neotropical. Como ocorrem em grandes grupos chegando a 300 indivíduos, necessitam de grandes áreas para sobreviver. Nós investigamos o tamanho e a sobreposição da área de vida de 13 grupos usando dados de radio-telemetria de três anos de monitoramento no Parque Nacional das Emas e nas propriedades rurais de seu entorno, no Brasil central. Os tamanhos médios das áreas de vida foram 1,710.64 ha para 50% das localizações e 8,659.99 ha para 95%, utilizando o método do Polígono Mínimo Convexo, e 790.38 ha para 50% das localizações e 7,986.92 ha para 95%, utilizando o método kernel. Não houve correlação entre os tamanhos das áreas de vida, tamanhos dos grupos, período de monitoramento ou número de localizações obtidas. As áreas de vida na estação chuvosa foram significantemente maiores do que as áreas de vida na estação seca. A média de sobreposição das áreas de vida entre os grupos foi de 31%; não ocorreu diferença significativa nas sobreposições de áreas de vida entre estações. As áreas de vida mostraram variação sazonal, provavelmente como uma resposta à dinâmica da paisagem de lavouras no entorno do Parque. Embora a espécie esteja adaptada a esta paisagem antropizada, os problemas relacionados ao conflito com agricultores em decorrência dos prejuízos causados nas lavouras, bem como a substituição de lavouras tradicionais pela de cana-de-açúcar, precisam ser considerados em futuras estratégias de conservação.