Lagoa do Peixe National Park (LP), in southern Brazil, is an important staging site for Red Knots (Calidris canutus rufa), especially during autumn migration. We describe the diet of Red Knots in LP by analyzing droppings and compare these findings with prey availability onsite. We collected droppings on a stretch of oceanic beach within LP in March and April 2006. We identified undigested prey items in 71 droppings, 32 collected in March and 39 in April. As expected, Red Knots at LP fed on abundant local benthic invertebrates. Beetles were present in almost all (95.7%) droppings. Other frequent items were mole crabs (Emerita brasiliensis), yellow clams (Mesodesma mactroides), and Argentinean wedge clams (Donax hanleyanus). The most abundant invertebrates in the lagoon were polychaetes and mud snails (Heleobia australis). On the beach, the most abundant invertebrates were polychaetes, isopods, and amphipods; however, mole crabs, yellow clams, and Argentinean wedge clams were also present in significant numbers. Prey availability coincides with Red Knot northward migration from Argentina: from January to April, small juvenile yellow and Argentinean wedge clams and mole crabs reach their highest quantities at LP. The high frequency of beetles in droppings was unexpected since nonbreeding Red Knots consume insects infrequently. According to the literature, beetles are the dominant benthic organisms on the backshore of beaches in southern Brazil. We speculate these insects are trapped by incoming tides, washed ashore, and captured by knots on the shoreline.
O Parque Nacional da Lagoa do Peixe (LP), no sul do Brasil, é um importante local de parada para maçaricosde-peito-vermelho (Calidris canutus rufa), especialmente durante a migração de outono. Descrevemos a dieta do maçarico-de-peito-vermelho na LP por meio da análise de excrementos e comparamos esses resultados com a disponibilidade de presas no local. Coletamos fezes das aves em um trecho de praia oceânica na LP em março e abril de 2006. Identificamos partes não digeridas de presas em 71 excrementos, 32 coletados em março e 39 em abril. Como esperado, os maçaricos-de-peito-vermelho na LP se alimentaram de invertebrados bentônicos abundantes no local. Besouros estavam presentes em quase todos (95,7%) excrementos. As outras presas mais frequentes foram tatuíras (Emerita brasiliensis), mariscos-brancos (Mesodesma mactroides) e moçambiques (Donax hanleyanus). Os invertebrados mais abundantes na lagoa foram poliquetas e o gastrópode (Heleobia australis). Na praia, os invertebrados mais abundantes foram poliquetas, isópodes e anfípodes; no entanto, tatuíras, moluscos-brancos e moçambiques estavam presentes em números significativos. A disponibilidade de presas coincide com a migração para o norte dos maçaricos-de-peito-vermelho vindos da Argentina: de janeiro a abril, pequenos juvenis de mariscos-brancos e moçambiques e tatuíras atingem suas maiores quantidades na LP. A alta frequência de besouros nos excrementos foi inesperada, porque maçaricos-de-peito-vermelho consomem insetos infrequentemente durante o período não reprodutivo. Segundo a literatura, besouros são os organismos bentônicos dominantes no supralitoral de praias no sul do Brasil. Especulamos que esses insetos sejam capturados pela maré alta e levados até a zona entre marés e então consumidos pelos maçaricos-de-peito-vermelho.