Yara Ballarini, Denise R. de Souza, Miguel Â. Marini
The Wilson Journal of Ornithology 134 (2), 205-214, (21 June 2022) https://doi.org/10.1676/20-00137
KEYWORDS: breeding biology, Cuculidae, Furnariidae, hosts, parasite adaptations, adaptações do parasita, biologia reprodutiva, Cuculidae, Furnariidae, hospedeiros
The Striped Cuckoo (Tapera naevia) is an obligate brood parasite with poorly understood breeding habits. Here, we describe the reproductive biology of Striped Cuckoos parasitizing Rufous-fronted Thornbird (Phacellodomus rufifrons) nests in the Cerrado of central Brazil and discuss parasite adaptations. Striped Cuckoos parasitized 38.5% of Rufous-fronted Thornbird nests in October–November. Cuckoos laid 1 white elliptical egg per thornbird nest. The mean mass of eggs was 2.64 g and the mean size was 21.0 × 15.3 mm (n = 4). Striped Cuckoo egg incubation period had a duration of 14.7 ± 1.4 d (n = 7), 2.4 d less than eggs of the Rufous-fronted Thornbird (17.1 ± 2.2 d; n = 8). Striped Cuckoo nestlings were very aggressive, pecking their nest mates to death, and the single cuckoo nestling remained alone in parasitized nests for 20.8 ± 1.2 d (n = 8), a duration similar to its host in nonparasitized nests (19.7 ± 1.6 d; n = 14). The mass gain of cuckoo nestlings was faster (3.0 g/d) than thornbird nestlings in nonparasitized nests (1.7 g/d). The predation rate during the nestling stage was similar for nests with a Striped Cuckoo nestling (20%) to that of nonparasitized nests with thornbird nestlings (26%). We propose that several adaptations allow Striped Cuckoos to successfully parasitize Rufous-fronted Thornbird nests: a highly mimetic egg, as the host's egg was also white and elliptically shaped, a smaller egg in proportion to body size, the ability of its nestlings to puncture or eject host eggs and kill host nestlings, a shorter incubation period, a faster nestling mass gain, and a flexible breeding season.
O saci (Tapera naevia), é um parasita de ninho obrigatório cujos hábitos reprodutivos são pouco conhecidos. Descrevemos aqui a biologia reprodutiva do saci parasitando ninhos do joão-de-pau (Phacellodomus rufifrons) no Cerrado do Brasil central, e discutimos as adaptações do parasita. O saci parasitou 38,5% dos ninhos entre outubro e novembro. Colocou 1 ovo branco e elíptico por ninho. O peso médio dos ovos foi de 2,64 g e as medidas 21,0 × 15,3 mm (n = 4). O período de incubação do saci foi de 14,7 ± 1,4 d (n = 7), 2,4 dias a menos que o joão-de-pau (17,1 ± 2,2 d; n = 8). Os ninhegos do saci eram muito agressivos bicando seus companheiros de ninho até a morte, e assim o ninhego solitário permaneceu no ninho por 20,8 ± 1,2 d (n = 8), um período semelhante do seu hospedeiro em ninhos não parasitados, 19,7 ± 1,6 d (n = 14). O ganho de peso dos ninhegos do saci foi mais rápido (3,0 g/d) do que dos ninhegos do joão-de-pau em ninhos não parasitados (1,7 g/d). A taxa de predação dos ninhos durante o estágio de ninhegos foi semelhante entre ninhos com o saci (20%), e ninhos não parasitados com ninhegos do joão-de-pau (26%). Propomos que diversas adaptações de parasitas permitem que o saci parasite com sucesso em ninhos do joão-de-pau: um ovo altamente mimético, já que o ovo do hospedeiro também era branco e de formato elíptico, um ovo pequeno em relação ao seu tamanho corporal, a habilidade dos ninhegos de furar e ejetar ovos do hospedeiro e de matar os ninhegos do hospedeiro; um menor período de incubação, uma taxa de crescimento mais rápida dos ninhegos, e uma estação reprodutiva mais flexível.